Como os desvios e os novos cálculos de rotas acabam trazendo surpresas diversas, nesta investida não foi diferente. Ao invés de nos deparamos com a lagoa pretendida, acabamos por encontrar as matas. Árvores de toda espécie despontavam, por todos os lados, cerrando nossa visão do entorno. Por alguns instantes nos sentimos perdidos frente a tanto verde, mas um tanto mais ao longe, algumas cores por dentre as árvores e arbustos nos chamaram a atenção. Pegamos as mochilas e iniciamos nossa caminhada, embrenhando-nos por entre passagens forçadas na mata para chegar ao que nossos olhos custaram a entender, apesar de ser nítida a percepção à medida que nos aproximávamos.
Nosso primeiro contato foi com ‘frutas’ que muito lembravam mangas amareladas, dependuradas em árvores completamente sem vida. Eram espécies com uma coloração acentuada, diferente daquela a que estávamos acostumados. À medida que íamos nos aproximando, um forte odor se intensificava, chegando às vias do insuportável quando ficamos frente a frente com as tais ‘frutas’; certamente, este mau cheiro funcionava como mecanismo de defesa contra insetos e outros seres, inclusive humanos.
Dentro das tais ‘mangas’, podia-se verificar a presença de um líquido, possivelmente água, como se fossem reservatórios para o período pós hibernatório daquelas árvores. A tentativa de retirá-las do pé foi abortada em razão do forte calor que elas emanavam e também pela colaboração com o propósito da auto-preservação da espécie.
Como não encontramos registros científicos ou qualquer tipo de catalogação, resolvemos nomeá-las, primeiramente, frutas d’água, preservando o nome relacionado com aquelas já existentes: manga d’água, ameixa d’água e etc.