terça-feira, 14 de junho de 2011

Marestesia

Parece-nos que disparadas são inúteis.
Correr ou fruir o percurso, sob o ponto de vista do tempo, é a mesma coisa. Estamos então, numa auto pista, sem noção do tempo que nos espera; somente com uma noção de certeza da chegada, invariavelmente no momento da chegada, e em nenhum outro momento.
Sentamos sob a sombra desta palmeira, deitamos na cama macia dos dias de chuva, somos refrigerados pelo ar condicionado do carro que nos leva para o mar, fumamos cigarros, experimentamos levezas percorrendo dunas meio enluaradas nas noites de verão.
Sentimos a porta aberta e é necessário que haja um momento de inércia para que as coisas simples e cotidianas destes momentos entrem por esta porta, e possam ser sentidas com toda a sua carga.
O mar nos contempla, o sol sob a cabeça, o dia está mais azul... nós sentimos.

Dirnei Prates e Nelton Pellenz



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