quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Homens ao Mar




Cenas da revolução russa remixados por sentidos e leituras oblíquas. A imagem de Vakulinchuk como um peixe fisgado a debater-se. Nesta revolta, os marinheiros que se lançam ao mar, flutuam no ar delicadamente.
Aproprio-me de cenas de " O Encouraçado Potemkin", que, quando invertidas parecem amplificar o carater inovador do filme (dissociando-o definitivamente do ideal ufanista revolucionário presente em sua estória). Opero cortes, retrocessos, dilatações do tempo na sequência original, para brincar com o sentido da palavra revolta, questão central do filme de Eisenstein.

Revolta faz parte de um conjunto de trabalhos em vídeo, feitos a partir da apropriação de imagem de filmes antigos, que desenvolvo desde 2007.

O Vídeo Revolta, de Dirnei Prates foi selecionado para o 4º arte.mov- Festival Internacional de Arte em Mídias Móveis, com mostras em Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre. O festival deste ano teve como eixo curatorial o tema "Geografias Imaginárias" e exibiu 47 trabalhos em vídeo, todos feitos para mídias locativas.
Maiores informações sobre o festival podem ser acessadas no site


domingo, 25 de outubro de 2009

encerrAção



Infiltração foi o projeto que nos exigiu dedicação extra e, proporcionalmente, nos deu muita satisfação. A ação durou exatamente um ano: de outubro de 2008, quando começou a ser pensada, até outubro de 2009, quando foi realizado o encerramento. Propomo-nos a alimentar nosso blog semanalmente, com 30 segundos dos trabalhos presentes na Mostra, além de textos e outras referências ao assunto, criando um desdobramento do projeto em forma de registros. A ‘infiltração’, de certa forma, estava lentamente ficando visível.
O projeto nasceu da vontade de mostrar uma produção em vídeo, ainda não classificável, que dilui as fronteiras entre cinema e artes plásticas, de forma consistente e inovadora. Tendo a água como pretexto e fio condutor, os 32 vídeos investigam assuntos diversos, como: referências ao corpo, à cidade, à fé, à memória, à solidão em vários graus e tonalidades; situações de deslocamento físico e conceitual; fluxos de imagens e pensamentos; associações com as propriedades da água, como transparência, reflexão e fluidez.
Os 32 trabalhos foram apresentados em quatro espaços públicos de exposição: a Galeria do DMAE, o Centro Municipal de Cultura, o Porão do Paço Municipal e a Usina do Gasômetro, sempre infiltrados em exposições de outros artistas. Cada espaço exibiu 8 vídeos diferentes.
A Mostra aconteceu entre 03 de setembro e 11 de outubro de 2009, quando ocorreu a encerrAção, sob uma forte chuva em Porto Alegre. A busca por espaços expositivos pouco ortodoxos, intenção cada vez mais presente nos trabalhos do Cine Água, fez com que projetássemos todos os trabalhos participantes em uma das tremonhas do 4º andar da Usina do Gasômetro, no último dia da Mostra, cujo vídeo-registro pode ser visto no endereço http://www.youtube.com/user/cineagua?gl=BR&hl=pt.
O Cine Água agradece aos artistas participantes, à Coordenação de Artes Plásticas da PMPA, à TVE (Programas Estação Cultura e TV Cine) e às pessoas direta ou indiretamente envolvidas com o projeto: Marcus Mello, Jaime Pereira, Paulo Germano Daisy Viola, Enir Silva e os estagiários do Atelier Livre, Isnard Prates, Paula Barreto, Guilherme Whitaker e aos artistas que tiveram suas exposições infiltradas.

cine água = dirnei prates + nelton pellenz
outubro/2009








sábado, 10 de outubro de 2009

Venha tomar água e comer bolachinhas de água e sal com a gente neste domingo, dia 11 de outubro, e assistir os 32 trabalhos da Mostra Infiltração, que estarão sendo projetados no 4o andar da Usina do Gasômetro, das 14 às 20 h.



Na Centro Municipal de Cultura acontece a Mostra Infiltração, paralelamente com a exposição de gravuras de Raquel Lima. Neste espaço podem ser vistos os trabalhos de Joacélio Batista, Cristina Ribas, Dirnei Prates, Carlo Sansolo, Cláudia Paim, Ricardo E. Machado, Manuele Eichner e Lucas Bambozzi.
Um passeio pelos espaços do CMC, pode ser visto em http://www.youtube.com/user/cineagua?gl=BR&hl=pt

sábado, 3 de outubro de 2009

Infiltração - Galeria do DMAE






















Na Galeria do DMAE, a mostra infiltração acontece com a exposição "mil águas" de Bernhard Gál, que dialoga perfeitamente com o projeto. Neste espaço estão os trabalhos de Camila Mello.Cristiana Miranda, Dellani Lima, Erika Fraenkel, Niura Borges e Fernanda Stein,Helvécio Marins Jr., Lia Letícia e Nadam Guerra.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Fronteiras Diluídas

A matéria abaixo é de autoria do jornalista Daniel Feix e foi publicada no blog Primeira Fila, do jornal Zero Hora
http://www.hagah.com.br/jsp/default.jsp?source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&pg=1&uf=2&local=18&regionId=13&template=4062.dwt&blog=235&tipo=1&coldir=1&channel=69


Já se falou, aqui neste blog, aqui neste jornal e em outros espaços, que o CineEsquemanovo (CEN) - Festival de Cinema de Porto Alegre tem demonstrado bem claramente o estreitamento das relações entre o cinema e as artes visuais. Isso graças a uma linha curatorial arejada, que privilegia propostas estéticas diferenciadas.
É bem fácil de entender essa aproximação: a ideia original do CEN sempre foi olhar todos os suportes de realização cinematográfica sem preconceitos, o que naturalmente abriu espaço para o vídeo, que por suas próprias limitações plásticas impõe em forma de desafio aos cineastas uma certa inventividade formal - usar uma daquelas câmeras de vídeo digital para fazer um filme "novela das oito" não rola, né?
O caminho, assim, fica aberto para filmes sejam classificados como videoarte - e vice-versa. Não à toa, diversos trabalhos já exibidos no CEN - e inclusive premiados com os principais troféus do festival - também percorreram o circuito de arte. Que por sua vez também vive um momento de expansão, já tendo incorporado a própria linguagem do cinema em parte de sua produção.
Um exemplo bem palpável de como essas fronteiras andam diluídas: um dos melhores, se não o melhor filme exibido em Porto Alegre este ano, que motivou o Segundo Caderno aqui da ZH a fazer uma capa sobre ele, apesar de só ter passado em duas ou três sessões numa mostra especial da Sala P.F. Gastal da Usina do Gasômetro, foi Hunger. Primeiro - assim chamado - filme do artista plástico inglês Steve McQueen, esse trabalho perturbador é centrado na figura de um ativista do IRA preso na Irlanda do Norte na década de 1980. Ganhou o Camera d'Or, troféu concedido ao melhor longa da mostra de diretores estreantes, no Festival de Cannes de 2008. Não é pouca coisa, muito pelo contrário.
Pois aqui no Sul - e este é o objetivo deste post - o CineEsquemaNovo já se tornou mais que um exemplo desses intercâmbios entre as linguagens, por assim dizer. Tornou-se, na verdade, a principal vitrine para quem trabalha com esse intercâmbio - entre aquelas vitrines do circuito cinematográfico.
E, veja você a coincidência, na semana em que o festival porto-alegrense anunciou os títulos concorrentes da edição 2009, que será realizado de 17 a 24 de outubro, foi aberta na cidade uma - ao que tudo indica interessantíssima - mostra coletiva de vídeo intitulada Infiltração.
É, como já disse, uma mostra de vídeo. Ou, se levarmos em conta as classificações tradicionais, uma mostra de artes visuais. Mas que apresenta entre seus trabalhos selecionados vídeos - ou seriam curtas, ou os dois? - de vários videomakers - ou seriam cineastas, ou artistas visuais? - que são figuras carimbadas da programação do CEN.
O Gustavo Spolidoro, cineasta e curador do festival, foi quem alertou: nada menos que oito realizadores presentes em Infiltração têm alguma relação com o CEN. Aí vai um copy + paste da lista que ele enviou:
Luiz Roque: parceiro desde o primeiro CEN, criador do troféu do festival;
Cris Lenhardt: já teve filmes concorrendo no CEN e tem este ano seu curta Sentinela na mostra competitiva;
Kika Nicolela: participou de três edições do festival, sendo premiada no primeiro CEN;
Marcelo Gobatto: fez sessão paralela no CEN 2007;
Dirnei Prates: participou de três festivais e foi premiado em um;
Nelton Pellenz: participou de uma edição e foi premiado;
Marcellvs: participou de dois CEN e num deles levou o premio principal, de melhor curta do evento;
Lucas Bambozzi: teve trabalhos em mostras especiais do festival.
Vou usar aqui a mesma frase que usei acima ao falar do Steve McQueen: não é pouca coisa, muito pelo contrário.


PS:Vale Lembrar que os mineiros Helvécio Marins jr. e Dellani Lima e os gaúchos James Zortéa, Cristina Ribas e Rochele Zandavalli também já participaram do CEN e estão na Mostra Infiltração.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Infiltração - Usina do Gasômetro









Em conjunto com Infiltração, acontece no 4º andar da Usina do Gasômetro a exposição (Des)encontros, de Magna Sperb. Na Usina podem ser vistos os trabalhos de Christian Caselli, Kika Nicolela, Pablo Paniágua, Paula Barreto, Luiz Roque Filho, Biah Werther, Rachel e Maurício Castro e Rochele Zandalli.
Um breve passeio pela Mostra na Usina do Gasômetro, você vê em:
http://www.youtube.com/watch?v=vV-IkOe0YLg&feature=channel

domingo, 20 de setembro de 2009

Infiltração - Porão do Paço Municipal




A Mostra no Porão do Paço Municipal está infiltrada na exposição coletiva Dualidades, de Rodrigo Núñez, Adriana Daccache, Kátia Costa e Antônio Augusto Bueno. Neste espaço estão sendo exibidos os trabalhos de Sonia Guggisberg, Cristiano Lenhardt, Eny Schuch, Louise Ganz, James Zortéa, Nelton Pellenz, Marcellvs L., e Marcelo Gobatto e Juliano Ambrosini.
Um breve passeio pelas mostras no Porão do Paço pode ser visto em:

30 SEGUNDOS DE INFILTRAÇÃO - por Ricardo E. Machado

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Infiltração sob a chuva de Porto Alegre

Infiltração começou nesta quinta, dia 03 de setembro, sob a chuva e umidade de Porto Alegre.

Paulo Germano, Jornalista da ZH, publicou uma matéria bem bacana sobre a mostra: http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?ource=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&uf=1&local=1&template=3948.dwt&section=Blogs&post=222418&blog=118&coldir=1&topo=3994.dwt (clique em veja o blog completo)

Guilherme Whitaker e o pessoal do Curta o Curta, também colocaram no site uma chamada
"infiltrativa" muito bem vinda : http://www.curtaocurta.com.br/jornal/1964/

domingo, 30 de agosto de 2009

CINEMA É CACHOEIRA


Em 2003, o professor e pesquisador Arlindo Machado realizou a mostra Três Décadas do Vídeo Brasileiro, estabelecendo como marco inicial da produção videográfica no Brasil o trabalho M 3X3, uma coreografia para vídeo concebida pela bailarina Ana Lívia Cordeiro e gravada pela TV Cultura de São Paulo, em 1973. Segundo Machado, este trabalho é, até prova em contrário, o mais antigo tape da história do nosso vídeo, conservado e acessível para exibição ainda hoje.
Desde então, diversos foram os artistas a explorar as especificidades do formato, e em poucos anos o Brasil já seria reconhecido internacionalmente por suas contribuições à videoarte, graças notadamente ao trabalho de nomes como Éder Santos, Lucas Bambozzi, Arthur Omar e Carlos Nader, entre outros. O Rio Grande do Sul, no entanto, sempre mais resistente às inovações, levou algum tempo para apropriar-se do vídeo e é só a partir da última década que a produção dos videoartistas locais começa a ganhar destaque. Um movimento que coincide justamente com a migração do cinema para museus, galerias de arte e outros espaços expositivos, impulsionada pelo desenvolvimento da tecnologia digital.
“Cinema de museu”, “cinema expandido”, “cinema de exposição” ou “transcinema” são apenas alguns dos termos que a crítica vem utilizando para definir este fenômeno, no qual se insere a exposição Infiltração, com trabalhos que estabelecem um diálogo direto com as experiências dos cinemas de vanguarda levadas a cabo nas décadas de 20 e 30 do século passado. Como se estivessem inspirados pela célebre definição do pioneiro Humberto Mauro, para quem “cinema é cachoeira”, os 32 artistas (não apenas gaúchos) aqui reunidos de certo modo reescrevem este cinema – das pesquisas dos surrealistas às sinfonias da cidade –, num esforço de recuperar a vocação original da imagem em movimento para produzir efeitos poéticos.

Marcus Mello
Crítico de cinema, editor da revista Teorema

30 SEGUNDOS DE INFILTRAÇÃO - por Marcellvs L.

domingo, 19 de julho de 2009

INFILTRAÇÃO

treinamento de Luiz Roque Filho Pequeno poema em prata de Cristiana Miranda

Infiltração
De 03 de setembro a 11 de outubro
Encerramento dia 11 de outubro das 14h às 20h
na Usina do Gasômetro,
com exibição de todos os trabalhos.



Centro Municipal de Cultura
Carlo Sansolo – u-ó-ah
Cláudia Paim – ora pro nóbis
Cristina Ribas – inversão de ilha
Dirnei Prates – peço-lhe que volte e fique contente
Joacélio Batista – saudade doce
Lucas Bambozzi- aqui de novo
Manuela Eichner- arracif
Ricardo E. Machado – conceda-me uma interrupção

Paço Municipal
Cristiano Lenhardt - poeirama
Eny Schuch - maresia
James Zortéa- transições
Louise Ganz- água boa sono bom
Marcellvs L.- 0075
Marcelo Gobatto e Juliano Ambrozini- variações do movimento número um - água
Nelton Pellenz - porto
Sonia Guggisberg- nadador

Galeria do DMAE
Camila Mello- corpo trabalho
Cristiana Miranda – pequeno poema em prata
Dellani Lima – chung fu
Érika Fraenkel- normas e procedimentos
Helvécio Marins Jr.- nascente
Lia Letícia Leite- netuno noturno
Nadam Guerra- duas terras
Niura Borges e Fernanda Stein- fonte

Usina do Gasômetro
Christian Caselli- calçadão
Kika Nicolela- windmaker
Pablo Paniágua – aguinha do bem
Paula Barreto- pedra mole em água dura
Luiz Roque Filho- treinamento
Biah Werther- Cantilena
Rachel e Maurício Castro- grewaterity
Rochele Zandavalli- crosstar

30 SEGUNDOS DE INFILTRAÇÃO - por Eny Schuch

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Projeto S.E.C.A.

Projeto S.E.C.A. (Sistema de Encanamento Cine Água)
Conexões #1
Fotografia
dimensões: 0,50 X 0,75m
2009

domingo, 17 de maio de 2009

30 SEGUNDOS DE INFILTRAÇÃO - por Dellani Lima

Rio Grande do Sul

Água Santa
Arroio Grande
Arroio do Meio
Arroio do Sal
Arroio do Tigre
Arroio dos Ratos
Bossoroca
Cachoeira do Sul
Canoas
Chuvisca
Entre Rios do Sul
Lagoa Vermelha
Lagoa dos Três Cantos
Lagoão
Lejeado do Bugre
Lajeado
Poço das Antas
Porto Alegre
Porto Lucena
Porto Mauá
Porto Vera Cruz
Porto Xavier
Rio Grande
Rio Pardo
Rio dos Índios
Riozinho
Três Arroios
Três Cachoeiras
Rio Grande do Norte

Baía Formosa
Caiçara do rio do vento
Lagoa Nova
Lagoa Salgada
Lagoa d’Anta
Lagoa das Pedras
Lagoa de Velhos
Olho d’Água do Borges
Poço Branco
Porto do Mangue
Riacho da Cruz
Riacho de Santana
Rio do Fogo
Várzea
Rio de Janeiro

Cachoeiras de Macacu
Rio Bonito
Rio Claro
Rio das Flores
Rio das Ostras
Rio de Janeiro
São José do Vale do Rio Preto
Três Rios

domingo, 10 de maio de 2009

30 SEGUNDOS DE INFILTRAÇÃO - por Manuela Eichner

Livre Olhar no Japão



Idealizado pelo cinema8ito, que além de produzir filmes organiza mostras itinerantes com filmes independentes, O Flõ - Festival do Livre Olhar, desembarca no Japão e leva na bagagem, entre outras coisas, dois trabalhos do cine água. Com preocupações claras de difundir o cinema de pesquisa e experimentação, o cinema8ito leva em suas mochilagens, por várias cidades do mundo , produções que procuram espaços, olhares e opiniões. Os vídeos “relógio” e “lá longe é incerto”, foram os trabalhos do cine água escolhidos para a mostra, que acontece no Cafe&Bar Enjoy! House em Tokyo, dia 15 de maio de 2009, a partir das 19h. Maiores informações: http://www.biahwerther.blogspot.com e www.therabadasport.wordpress.com
imagem do vídeo "lá longe é incerto" de Nelton Pellenz

terça-feira, 5 de maio de 2009

Projeto S.E.C.A.

S.E.C.A. (Sistema de Encanamento Cine Água)

O projeto S.E.C.A. surgiu como desdobramento de algumas intervenções que fizemos entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, em Florianópolis, SC. As intervenções consistiam na criação de precários sistemas de encanamento em lugares inusitados.

As fotografias, tais quais as intervenções, pretendem criar um lugar para o inesperado e o insólito, porém ampliando seus significados. As tubulações sugerem ligações descompromissadas com qualquer necessidade real, e cuja principal função é subverter seu princípio de utilidade; ao mesmo tempo, os títulos dos trabalhos, que remetem ao linguajar técnico e operacional usados constantemente por profissionais desta área, se colocam no campo das expectativas reais.

projeto S.E.C.A. (Sistema de Encanamento Cine Água)
Abastecimento # 2
fotografia
dimensões: 1,00 X 3,00m
2009

Projeto S.E.C.A.


projeto S.E.C.A. (Sistema de Encanamento Cine Água)
Abastecimento # 3
fotografia
dimensões: 1,00X 4,50m
2009

domingo, 19 de abril de 2009

30 SEGUNDOS DE INFILTRAÇÃO - por James Zortéa

Cine Água no Festival de Filmes Curtíssimos







Durante os dias 24, 25 e 26 de abril, acontecerá a 2º edição do Festival Internacional de Filmes Curtíssimos, que exibe simultaneamente em 80 cidades de 17 países uma seleção variada de filmes com no máximo 3 minutos de duração.
A mostra brasileira, que será exibida na Cinemateca do MAM/RJ e no Cine Brasília/DF tem entre os selecionados, dois trabalhos do Cine Água: Alhures de Dirnei Prates e o premiado Entrelinhas de Nelton Pellenz. A originalidade do Festival, que fará parte da programação oficial do Ano da França no Brasil, é sua difusão simultânea; são aproximadamente duas horas de exibição, em cada um dos três dias, em várias cidades ao redor do mundo, criando a oportunidade de observar, por meio de um programa eclético, culturas dos quatro cantos do planeta através do cinema.
imagem do filme alhures de Dirnei Prates

sábado, 11 de abril de 2009

Projeto S.E.C.A.

Projeto S.E.C.A. (Sistema de Encanamento Cine Água)

Água Corrente # 2
Fotografia
Dimensões: 0,30 x 0,45 m
2009

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Ficções Apropriadas - Dirnei Prates












Abertura da Exposição

Ficções apropriadas

de Dirnei Prates

na Pinacoteca da Feevale

Fotos Paula Fernanda Ferreira

segunda-feira, 30 de março de 2009

Projeto S.E.C.A.



Projeto S.E.C.A. (Sistema de Encanamento Cine Água)

Distribuição
Fotografia
Dimensões - 1, 00 X 1,50m
2009

quinta-feira, 26 de março de 2009

IMAGENS RESSIGNIFICADAS


Imagens ressignificadas

Imagens de filmes antigos. Clássicos do cinema. Um filme mudo da década de 20. Um melodrama ou uma comédia musical das décadas de 30 e 40, com Gary Cooper ou Carmen Miranda.
São pequenos fragmentos de narrativas, seqüências de algum filme que você já deve ter visto, que Dirnei Prates se apropria, toma para si e os transforma, criando novas ficções (suas próprias ficções). Em parte como uma homenagem ao próprio cinema, em parte como um exercício do olhar, que percebe os clichês ali presentes, e os destaca, manipulando as imagens e amplificando algum aspecto dessas narrativas. Pode ser um gesto, uma fala, uma expressão. Em filmes curtos, ele tece seu comentário, opera um desvio e cria um novo sentido.
Os artistas têm feito isso há muito tempo. Podemos falar de uma migração das imagens no cinema, conforme J.C.Bernardet ou de apropriação, procedimento que surge com os artistas das primeiras vanguardas, junto com as colagens e fotomontagens. Mas há nesta série, Ficções apropriadas, uma clara conexão e uma relação que podemos estabelecer, dentro do campo do cinema, com os filmes de found-footage, cujo essencial, segundo Udo Jacobsen é “abrir um material já existente para novos significados ou descobrir eventuais significados ocultos na própria imagem”. Os filmes de Dirnei tem uma relação estreita com esta tradição, especialmente com o trabalho de Martin Arnold.
O found-footage tem sua origem nos filmes da cineasta russa Ester Schub, que em 1927 realiza A queda da Dinastia Romanov, documentário feito partir da pesquisa de filmes de arquivo da Rússia Czarista. Passa pela obra de Joseph Cornell, artista da vanguarda que realiza “Rose Hobart” em 1936 - uma homenagem a esta atriz, feito a partir da “colagem” de cenas de diferentes filmes em que ela atua. Nos anos 60 e 70, vários artistas do cine experimental trabalham com essa prática, do excelente Crossroads de Bruce Conner, passando pela obra de Ken Jacobs e Ernie Gehr. Nos anos 80 e 90 podemos citar artistas como Matthias Muller e Peter Tscherkassky. E há ainda a obra 24-Hour Psycho, de Douglas Gordon, feita para um espaço de exposição onde é exibido em várias telas, em que o filme clássico de Alfred Hitchcock tem sua duração alterada.
Ficções apropriadas nasce de filmes antigos comprados do acervo de fitas vhs de sua locadora ou assistidos na tv a cabo e cujas imagens são capturadas digitalmente, mantendo no entanto, toda textura do vhs. Mas o mais importante nessa prática, é o olhar de Dirnei, que tem o desejo de manipular essas imagens e que está atento para escolher aqueles trechos de filmes em que se percebe um sentido além do óbvio, além do que está evidente, como diria Barthes. Ele escolhe fragmentos em que há um algo a mais, algo que o interroga. Esses pequenos trechos podem ser alguns planos retirados de um filme e remontados, ou uma seqüência inteira. Em Delilah, fica preservada quase a mesma decupagem da sequencia original: a patroa pede a típica empregada negra, simpática e alegre, que mostre seu sorriso para um fotógrafo, sorriso com o qual ela pretende vender suas panquecas... Dirnei acrescenta e intercala várias vezes na montagem original o plano de Delilah sorrindo, cuja reiteração mostra e reforça a ironia e o inusitado da situação. Crítica a um sistema de imagens e a uma mídia que ainda trabalha com os clichês da figura do negro na cultura.
Já em Sertão, a interferência que Dirnei faz nas imagens se dá na alteração da velocidade da cena em que o personagem vai ser arrastado pelas águas de uma represa. As imagens são ralentadas e são acrescentados gemidos que reforçam a expressão do ator, entre dor e gozo - e que no original, mudo, é acompanhado apenas da música. O título nesse trabalho dá outra dimensão às imagens, abrindo para outras leituras.
As interferências e ruídos que Dirnei acrescenta nestes vídeos, como ele mesmo afirma, tem a intenção de propor um outro caminho para o filme, e sugerir-nos um outro sentido.
Artista que começa com a fotografia, trabalha já há alguns anos com vídeo, participando de salões de arte contemporânea, mostras e festivais de filmes experimentais no Brasil, inclusive com obras premiadas. Nos primeiros filmes que vi de Dirnei, por volta de 2006, o que me impressionou foi a força da imagem e das suas narrativas. Em Timor Mortis Conturbat Mea, há uma torrente de imagens que nos envolve sensorialmente em uma narrativa fragmentada e que nos dá uma outra percepção do tempo, um tempo descontínuo. Paisagens, pequenos momentos do cotidiano, são associados de forma livre. São imagens feitas com celulares ou câmeras vhs, de baixa resolução, mas cujo grão proporciona uma textura e uma crueza admiráveis.
Nos trabalhos de Dirnei e em sua prática artística percebem-se algumas convicções. O fato de se utilizar de imagens de outros filmes, feitas por outros artistas, vem dessa certeza de que se já há tantas imagens no mundo, porque filmar mais? Em relação à tecnologia, há esse desprendimento de utilizar imagens com baixa resolução, que convivem com equipamentos digitais de edição e de trabalho com a imagem. O que importa é a imagem e o que ela nos provoca. Esteticamente, afirma a opção por uma imagem com ruídos, uma imagem tátil. Mas também, imagens e narrativas, capazes de nos afetar, de nos fazer parar e pensar um pouco sobre o que estamos vendo.
Num momento em que cada vez mais os artistas trabalham com o vídeo, nesta exposição podemos ver uma obra particular e fruto de uma pesquisa promissora. Dirnei partilha conosco suas pequenas homenagens ao cinema, seu olhar e suas interrogações sinceras.



Marcelo Gobatto
Doutorando em Poéticas Visuais / UFRGS




sábado, 21 de março de 2009

S.E.C.A.


projeto S.E.C.A. (Sistema de Encanamento Cine Água)

Ligações Expostas # 3
fotografia polaroid
dimensões 10,5x18 cm
2009

Tela Branca

Tela Branca (instalação)

O trabalho consiste em uma instalação onde, numa sala escura, diante de uma tela branca, o espectador, munido de fones, ouve fragmentos de diálogos diversos que foram extraídos de alguns filmes* que assistimos e que, em comum, tratam da água ou da ausência dela como assunto (em suas mais diferentes formas) Os diálogos, em várias línguas, estão dispostos de maneira a formar uma grande colcha sonora, que é permeada por sons de chuva, rios e mares.
A “Tela Branca” é uma porta aberta onde o espectador, a partir das sensações causadas pelos sons e pelos fragmentos de diálogos, cria sua própria ficção.
A instalação “Tela Branca” faz parte da exposição Cine Água, que acontecerá na galeria Lunara, Usina do Gasômetro, em outubro/2009, em Porto Alegre.


Tela branca (vídeo)

“Filme com parentesco albino com um clássico livre recente, “O Cego Estrangeiro”, de Marcius Barbieri, porém ainda mais livre, desconstruído e assumindo uma estética de “erro”. O espectador que não entenda! Ou melhor, que entenda o que bem quiser! (KZL) MFL/2009”

O vídeo “Tela Branca” é uma variação da instalação, agora em formato channel, para exibição em tela ou TV.
A idéia de exibição de um filme sem sua matéria principal, a imagem, nos pareceu bastante singular. Mesmo os diálogos são descompromissados de qualquer ordem ou sentido que não seja a citação à água e suas formas.
A experiência do deslocamento de espaço que a obra sofre, interessa-nos no sentido de gerar novas expectativas e entendimentos para o trabalho em um público acostumado a um único formato de exibição e a algumas premissas básicas.
“Tela Branca” propõe, num território cada vez menos regrado do cinema, uma experiência coletiva e inusitada de muito envolvimento sensorial.
O vídeo foi selecionado e indicado ao prêmio “Filme Livre”, na Mostra do Filme Livre, que acontece em abril/2009 no C.C.B.B. Rio de Janeiro/RJ
http://www.mostradofilmelivre.com/info.php?c=2782

* Houve uma vez dois verões – Jorge Furtado, O Céu que nos protege – Bernardo Bertolucci, Feios, Sujos e Malvados – Ettore Scola, Trainspotting – Danny Boyle, O Cozinheiro, o Ladrão, sua Mulher e o Amante – Peter Greenaway, Volver – Pedro Almodóvar, A Rosa Púrpura do Cairo – Woody Allen e Ladrão de Sonhos – Jeunet & Caro

fragmento do vídeo

domingo, 8 de março de 2009

30 SEGUNDOS DE INFILTRAÇÃO - por Kika Nicolela

30 SEGUNDOS DE INFILTRAÇÃO

A partir de hoje, toda semana colocaremos 30 segundos de infiltração, que como o nome já diz, será um breve deleite dos trabalhos que fazem parte da mostra.

Projeto Infiltração


O projeto teve início a partir de nossas conversas no atelier, sobre a produção em vídeo de alguns artistas que incluíam a água em seus trabalhos, e como estes dialogavam com algumas proposições do Cine Água. Conversávamos também a respeito da continuidade de um outro projeto nosso: a LIVRE – Mostra de Vídeos Experimentais, que começamos em 2006, mas que ainda tínhamos dúvidas quanto ao formato da nova edição (em 2006, a Livre foi exibida num vão de escada do Centro Municipal de Cultura e, em 2007, na sala de cinema P.F. Gastal, na Usina do Gasômetro; contou, em cada uma delas, com a participação de 16 videoartistas).
Infiltração nasceu mais ou menos dessas duas inquietações: o contato com uma produção emergente em vídeo, que tencionava nosso trabalho, e a vontade de exibir estas obras de uma forma não muito ortodoxa.
Acreditamos que o título da exposição não poderia ter sido mais apropriado para definir a maneira como se dará esta ocupação: a exibição de vídeos com a temática água em monitores de TV “infiltrados” em 4 galerias públicas*, concomitantemente com as exposições que estarão acontecendo nestes espaços.
Nesta mostra serão exibidos 32 vídeos, entre trabalhos já realizados sobre o tema e outros inéditos, feitos especialmente para a exposição.
Os artistas participantes, que gentilmente embarcaram neste projeto, são; Biah Werther (RS), Camila Mello (RJ), Carlo Sansolo (RJ), Cláudia Paim (RS), Christian Caselli (RJ), Cristiana Miranda (RJ), Cristiano Lenhardt (PE), Cristina Ribas (RJ), Dellani Lima (MG), Dirnei Prates (RS), Eny Schuch (RS), Érika Fraenkel (RJ), Helvécio Marins Jr. (MG), James Zortéa (RS), Joacélio Batista (MG), Kika Nicolella (SP), Lia Letícia Leite (RS), Louise Ganz (MG), Lucas Bambozzi (MG), Luiz Roque Filho (RS), Manuela Eichner (RS), Marcellvs L. (MG), Marcelo Gobatto e Juliano Ambrosini (RS), Maurício e Rachel Castro (RJ), Nadam Guerra (RJ), Nelton Pellenz (RS), Niúra Borges (RS), Pablo Paniágua (RS), Paula Barreto (RJ), Ricardo E. Machado (PR), Rochele Zandavalli (RS) e Sônia Guggisberg (SP).

* Galeria do DMAE, Centro Municipal de Cultura, Usina do Gasômetro, Paço Municipal

sábado, 31 de janeiro de 2009

lances de vista : paisagens








Uma cidade que passa

Há uma cidade de grandes estruturas que têm a duração de anos ou séculos. E há a cidade de um dia, a cidade que dá a imediata impressão de ser feita de imagens, de sensações, de impulsos mentais, a que realmente vemos e que não é dada pelas arquiteturas imóveis. Esta é a cidade que vemos. Este é o ambiente no qual vivemos. As grandes estruturas nos escaparão, não as poderemos mais ver.
Giulio Carlo Argan.

As obras participantes da exposição (Lances de Vista: paisagens), de Dirnei Prates e Nelton Pellenz, parecem confirmar a preferência de grande parte dos artistas de hoje em recorrer à fotografia e ao vídeo como meios de expressão.

Nas origens da arte contemporânea, essa preferência foi interpretada como uma tendência à ‘desmaterialização da arte’, expressão que, ainda hoje, soa paradoxal, pois como é possível que obras desmaterializadas se apresentem sob a forma de vídeos, performances, instalações e fotografias?
Em relação a esse problema, a teórica e historiadora norte-americana, Lucy Lippard, que cunhou o termo ‘desmaterialização da arte’ como sinônimo de ‘arte conceitual’, afirmou:

Entendo ‘arte conceitual’ como uma manifestação na qual a idéia é o centro supremo e a forma material é secundária, efêmera, barata, despretensiosa e/ou desmaterializada¹.

Para Lippard, a desmaterialização da arte se opunha às categorias artísticas tradicionais, aos lugares oficiais da arte e, sobretudo, à condição da obra como produto mercadológico, vinculando claramente a produção conceitual ao ideário da contracultura dos anos ‘60.

Hoje, os tempos são outros e as relações entre arte e vida se produzem em termos menos dicotômicos. Porém, se aceitarmos a definição de arte conceitual de Lippard, (obras em que a idéia assume o centro e a materialidade é secundária), pouco da arte produzida hoje escapará de ser considerada herdeira dessa vertente.

Talvez o que surpreenda no desenvolvimento da arte conceitual, ao longo das últimas décadas, é que não foram as obras, mas as fronteiras entre arte e vida que se desmaterializaram. Ainda que não se tenha cumprido o sonho dos pioneiros da desmaterialização de ver a arte ganhar as ruas e as paredes dos museus desaparecerem, as fronteiras entre arte e vida se tornaram mais permeáveis e fluidas, graças, em parte, à atuação daquela geração.

Hoje, aceitamos que o que se passa nas galerias de arte se passa dentro da vida, a despeito do fato de que poucos compartilham desse pequeno nicho e de que parte dos artistas desacredite de sua eficiência como lugar de mediação.Aceitamos o mundo da arte como parte da vida, da mesma forma que aceitamos aquilo a que assistimos na televisão, ou o que imaginamos se desenrolar sob os viadutos, no interior das celas de penitência e nas salas de concerto; parte da vida é o mundo noturno observado pelas sentinelas, aquilo que se enfileira nas prateleiras de um armazém e o sono de quem se abriga nos dormitórios residenciais.

¹ LIPPARD, Lucy. Escape Attempts. In: “Six Years: the Dematerialization of Art Object from 1966 to 1972”. Berkeley: University California Press, 2001.


Como poderia ser diferente com a arte?
Seguindo as considerações de Marcelo Coutinho, talvez a arte contemporânea seja mesmo insipiente na qualidade de um campo do saber; todavia, nem mesmo isso a exclui da esfera da vida, pois tudo o que existe, existe nela, e em nenhuma outra parte.

Na galeria da Fundação Ecarta, a meio caminho entre o bairro Azenha e o centro de Porto Alegre, Dirnei Prates e Nelton Pellenz nos convidam a compartilhar paisagens capturadas desde outros interiores, seja de uma janela aberta sobre o horizonte edificado da cidade, ou de uma mirada para fora de si, em direção ao céu.

Se eles elegeram a fotografia e o vídeo para essa comunicação, arriscaria dizer, foi para que o fluxo da vida urbana passasse por ali também, sob a forma de ondas de luz, e abrisse janelas nas paredes já não tão espessas entre galeria e arte, exposição e rua, artista e homem que passa.

Maria Helena Bernardes,
outubro de 2007.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Sobre Entre Linha

Linhas contra o horizonte se deslocam levando palavras, estórias, urgências, nesta trama de fios que se acumula. Ao mesmo tempo em que se desloca, o passageiro observa atentamente a materialização de torres, postes e árvores fundidas entre tempos, entre linhas, entre o desejo de quem espera uma resposta.
O vídeo de Nelton Pellenz fala de deslocamentos físicos e virtuais, deslocamento de mensagens e presenças ausentes, ecos e reverberações de notícias que se cruzam e se emaranham. Fala também do acumulo e do execsso destes na época atual, refletidos nas imagens de tom noir que reproduzem, quase como um gráfico, a insurgência nas comunicações.
Entrelinhas, ao contrário de seus outros vídeos, não lida com as relações de inércia/movimento da imagem, o que estabelece diálogos imediatos com questões da fotografia (embora a questão fotográfica se apresente no tratamento rigoroso dado à imagem). O Plano sequência (quase sempre presente nos seus vídeos), se apóia na idéia de um percurso intrigante, entre um início qualquer, eleito por ele, até um fim, num futuro colapsado por demandas de fios, redes e distâncias atemporais.
Dirnei Prates/dez 08