domingo, 28 de abril de 2013

41º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto

Teve início no dia 25 de abril a 41ª edição do Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto, em Santo André, São Paulo.

O Salão é composto pela exposição de obras de diversas categorias, como pintura, desenho, gravura, escultura, objeto, instalação, interferência, site specific, videoarte e fotografia.

Nesta edição, Nelton Pellenz participa com a exposição de três vídeos: Águas de maio, Azul profundo e Tarcísio e Nicolau, onde foram escolhidas 71 obras de 29 artistas.

Os artistas selecionados foram Alex dos Santos, Alice Ricci, Ana Lucia Mariz, André Griffo, Ari Vicentini, Carolina Panchoni, Cesar Garcia, Clara Benfatti, Cristina Suzuki, Duane Bahia Benatti, Fernando Emanuel, Fernando Quitério, Gabriel Centurion, Gabriela Godoi, Gilio Mialichi, Júnior Suci, Keitielle Mendonça, Luiz Telles, Marcelo Berg,  Nelton Pellenz, Odil, RAG, Renan Marcondes, Silvia Ruiz, Thais Galbiati, Thais Valadares, Vicencia Gonsales, Vitor Mizael e Weslei Lopes.

A seleção ficou a cargo dos membros da Comissão de Seleção e Premiação Agda de Carvalho, Daniel Caballero e Nancy Betts.


A visitação poderá ser feita até o dia 29 de junho.

       

sábado, 20 de abril de 2013

Conjunto Habitacional

Está acontecendo na Fotogaleria Virgílio Calegari, na Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre, a exposição Conjunto Habitacional, de Nelton Pellenz. A exposição, contemplada pelo 2o Prêmio IEAVI - Incentivo à produção de Artes Visuais, está aberta para visitação até o dia 28 de abril (domingo); na segunda-feira, a galeria abre às 14h, de terça a sexta, às 9h e sábado e domingo, às 12h, fechando todos os dias às 21h.

A seguir, algumas fotos da exposição, de alguns trabalhos e o texto escrito pela professora-pesquisadora do IA/UFRGS e crítica de arte, Paula Ramos sobre o projeto:

Inversões noturnas

De dia: os edifícios, suas dimensões, cores e formatos ajudam a configurar a percepção que temos das cidades. À noite: quem o faz são as luzes, vindas dos carros a trafegar pelas avenidas, dos postes iluminando as ruas e, principalmente, das janelas dos apartamentos ocupados. É então que, através dessas aberturas, o privado torna-se público. Como vitrines, as janelas passam a exibir fragmentos da vida particular, invertendo uma das lógicas da casa ou do espaço habitado, que é de resguardar a privacidade de seus moradores.

Em Conjunto Habitacional, Nelton Pellenz reforça essas questões. Muitas das imagens foram feitas a partir de seu apartamento, em Porto Alegre; outras, de quartos de hoteis em São Paulo, Belo Horizonte e Florianópolis. Ao apresentá-las numa Galeria Virgílio Calegari de paredes enegrecidas e iluminação difusa, o artista ensaia uma instalação e convida o espectador a vivenciar a sutil sensação de estar, também ele, num quarto de apartamento, com vista para as mesmas situações que lhe mobilizaram. Vultos em contraluz, planos de cor, transparências, movimentações e ritmos noturnos despontam, mas sem qualquer curiosidade de natureza indiscreta. O que interessa a Pellenz é explorar as questões relacionais entre espaços públicos e privados, discutindo a inversão de legibilidade que ocorre à noite, quando as linhas arquitetônicas das cidades desvanecem e novos grafismos se revelam, oriundos, em grande medida, dos ambientes particulares. Para evidenciar essa percepção, o artista explorou recursos técnicos bastante simples, como o tempo de exposição do obturador. Com isso, reduziu ainda mais a visibilidade das áreas externas, valorizando os pontos luzentes, ou seja, as janelas das residências.

Reconstruindo o urbano pelo fotográfico, Nelton Pellenz, que vem de uma sólida e respeitada trajetória com o vídeo, assume a fotografia como instrumento de invenção. Nesse sentido, é fundamental observar a relação formal e conceitual que ele sugere. Afinal, suas vitrines silenciosas apresentam-se no formato mais tradicional e acessível da fotografia, o 35 mm; e, tal como a fotografia, elas só se tornam possíveis com a luz.


Paula Ramos
Crítica de arte, professora-pesquisadora do Instituto de Artes da UFRGS

Habitat # 3 - fotografia - 75 x 100 cm
Habitat # 12 - fotografia em back light - 50 x 75 cm

Conjunto Habitacional - fotografia - 100 x 150 cm