sábado, 25 de fevereiro de 2012

Natureza morta - primeiro contato

Partimos de Porto Alegre ainda de madrugada, rumo ao norte, em direção a qualquer lugar que nos levasse ao mar. Depois de cerca de quatro horas de viagem pela BR101, o GPS anunciou a aproximação ao município de Águas Mornas.

Orientados pelas intenções e ações do projeto Google Water, resolvemos desviar da rota programada e adentrar por alguns caminhos que nos levassem para junto de uma lagoa que havíamos avistado da auto-estrada.

Como os desvios e os novos cálculos de rotas acabam trazendo surpresas diversas, nesta investida não foi diferente. Ao invés de nos deparamos com a lagoa pretendida, acabamos por encontrar as matas. Árvores de toda espécie despontavam, por todos os lados, cerrando nossa visão do entorno. Por alguns instantes nos sentimos perdidos frente a tanto verde, mas um tanto mais ao longe, algumas cores por dentre as árvores e arbustos nos chamaram a atenção. Pegamos as mochilas e iniciamos nossa caminhada, embrenhando-nos por entre passagens forçadas na mata para chegar ao que nossos olhos custaram a entender, apesar de ser nítida a percepção à medida que nos aproximávamos.

Nosso primeiro contato foi com ‘frutas’ que muito lembravam mangas amareladas, dependuradas em árvores completamente sem vida. Eram espécies com uma coloração acentuada, diferente daquela a que estávamos acostumados. À medida que íamos nos aproximando, um forte odor se intensificava, chegando às vias do insuportável quando ficamos frente a frente com as tais ‘frutas’; certamente, este mau cheiro funcionava como mecanismo de defesa contra insetos e outros seres, inclusive humanos.

Dentro das tais ‘mangas’, podia-se verificar a presença de um líquido, possivelmente água, como se fossem reservatórios para o período pós hibernatório daquelas árvores. A tentativa de retirá-las do pé foi abortada em razão do forte calor que elas emanavam e também pela colaboração com o propósito da auto-preservação da espécie.

Conforme continuávamos com o nosso percurso desbravador, iam surgindo ‘frutas’ semelhantes a ameixas, peras e laranjas, com as mesmas características.

Como não encontramos registros científicos ou qualquer tipo de catalogação, resolvemos nomeá-las, primeiramente, frutas d’água, preservando o nome relacionado com aquelas já existentes: manga d’água, ameixa d’água e etc.                            
   
                                                                                                                             



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